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UMA HISTÓRIA DE LUTA E AMOR PELA FARDA
Retemperavam-se pois as forças, numa dessas noites primaveris, à data não contaminada com o ruído das televisões e o buliço dos cafés, quando um toque apressado e descompassado da sineta do Santo, fez saltar da cama novos e velhos que, sem tempo para procurarem o melhor agasalho, se lançaram a caminho, procurando identificar o local donde os gritos de fogo, fogo, provinham.
É em casa do Fanfarrão, diziam uns, é em casa da Marquinhas do Castro, outros diziam.
Minutos depois, quais formigas em plena actividade, as mulheres cruzavam-se levando canecos e toda a espécie de vasilhame, cheios de água para que, os que melhor situados em cimo do telhado, pudessem conter a sofreguidão das chamas que já levavam de vencida parte da casa.
É melhor chamar os Bombeiros, alguém alvitrou...
E os Bombeiros foram chamados, mas estavam na Régua a 15 quilómetros...
Passaram-se horas de ansiedade.
Era uma luta desigual a que se travava lá no alto, no cimo do telhado.
Ninguém esmorecia.
E quando os Bombeiros chegaram, a vitória pendia já para o lado deste bom povo que, na ânsia de vencer cometeu erros, danificou muitos canecos, mas demonstrou a força da união.
Nos dias que se seguiram a este incêndio e no seu rescaldo, fico esta ideia: SE AQUI HOUVESSE BOMBEIROS!
E este SE foi passando de boca em boca, foi criando sentido na alma de alguns, e o "condicional", aos poucos, foi tomando a forma de "presente".
E foi de facto um "presente", o que HOMENS como o Senhor Agostinho Ferreira Marta, Fernando Correia de Mesquita, Brito Alberto Pimentel Borges, Padre José da Silva Pinto, Raul Teixeira Pinto, Humberto Matos e outros, deram a esta terra.
Podemos dizer, que esta Associação nasceu das cinzas do incêndio ocorrido na Balouta, nessa noite primaveril de 1965.